Reflexões sobre a Páscoa

O termo Páscoa deriva do hebreu “pasach”, que significa “passagem” e inicialmente remetia à libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Religiosamente, é nome dado a importante festa na doutrina cristã católica para a comemoração da ressurreição de Jesus, tendo havido nos dias anteriores reflexões sobre sua crucificação e morte ( VASCONCELOS, 2016).

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Com  proximidade da páscoa, é importante falar um pouco sobre essa comemoração. Como bem sabemos, a Doutrina Espírita não comemora a páscoa, mas respeita as manifestações das diversas igrejas e também não proibe que os adeptos do espiritismo manifestem a sua religiosidade.

Embora o Espiritismo seja cristão, respeita mas não compreende de mesmo modo todos os preceitos das religiões cristãs. Um dos pontos divergentes é o entendimento da ressurreição ( VASCONCELOS, 2016).

Com relação a ressurreição, para nós, espíritas, Jesus apareceu à Maria de Magdala e aos discípulos, com seu corpo espiritual, que chamamos de perispírito. Entendemos que não houve uma ressurreição corporal, física. Houve assim uma ressurreição para a verdadeira vida. Nessa perspectiva cabe lembrar que Jesus de Nazaré não derrogou as leis naturais do universo para firmar o seu conceito de missionário. A sua doutrina de amor e perdão é muito maior que qualquer “milagre”, até mesmo a ressurreição (ROSSIT, 2018).

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Segundo Divaldo Franco, no que diz respeito à libertação conquistada pelo povo judeu, de acordo com a visão espírita, pode ser interpretada de um ponto de vista mais abrangente, em relação à renovação de ideias e atitudes, possibilitando o surgimento de um novo homem como conseqüência da reforma íntima.

Os próprios discípulos foram transformados pelos ensinamentos de Jesus, e receberam uma grande comprovação de amor do Mestre, quando se manifestou em espírito a esses seguidores, que tiveram um papel muito importante na divulgação de seu Evangelho, provando que a vida continua além do túmulo. Assim, o Cristo prosseguiria com seu trabalho de auxílio à Humanidade (FRANCO, 2015).

“Cristo é a nossa Páscoa (libertação), pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” – (João, 1:29). João usou o termo Cordeiro, porque usava-se na época de Moisés, sacrificar um cordeiro para agradar a Deus. Portanto, dá-se a ideia de que, Deus sacrificou Jesus para nos libertar dos pecados (LIMA, 2014).

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Porém se quisermos realmente nos libertarmos dos nossos erros e das nossas falhas morais, precisamos estar dispostos a mudança, nos valendo dos ensinamentos de Jesus como nosso guia.

Jesus não morreu para nos salvar; Ele viveu para nos mostrar o caminho que nos levará a salvação, à nossa evolução, ao nosso crescimento. E o exemplo foi seu principal instrumento.

Esta palavra salvação, segundo Emmanuel, vale por reparação, restauração, refazimento. Portanto, salvação não é ganhar o reino dos céus; não é o encontro com o paraíso após a morte; salvação é libertação de compromisso; é regularização de débitos (LIMA, 2014).

Como diz a bandeira do Espiritismo: “Fora da Caridade não há Salvação”. Então, fora da prática do amor (caridade) de uns pelos outros, não estaremos salvos, livres das complicações criados por nós mesmos, através de brigas, violência, exploração, desequilíbrios, frustrações e muitos outros problemas que fazem a nossa infelicidade (LIMA, 2014).

Nós devemos comemorar a Páscoa em todos os dia da nossa existência, buscando vivenciar a mensagem e os ensinamentos deixados por Jesus. Devemos buscar  incessantemente a nossa conexão do Jesus,  devemos sintonizar Sua presença dentro do nosso coração, não apenas nessa ocasião, mas todos os dias.  Nosso amigo e Mestre Jesus está sempre atento ao nosso chamado, guiando nossos passos pelos caminhos da luz.

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Então vamos aproveitar esse momento para fazer algo de bom, vamos fazer uma auto reflexão sobre como estamos nos comportando diante da vida e dos acontecimentos atuais; vamos dar atenção aos nossos familiares e aqueles que muitas vezes passam desapercebidos aos nossos olhos; vamos fazer leituras edificantes e assistir programas salutares e que nos harmonize e o nosso lar; vamos ajudar um irmão necessitado, assim como Jesus fazia, muitas vezes para proporcionar felicidade a alguém não é preciso muito, somente uma palavra de amor e de carinho, já é suficiente para mudar completamente o dia de uma pessoa, enfim, vamos orar pelo planeta e contribuir com os amigos espirituais com boas energias para que também ajudem o orbe a restabelecer seu equilíbrio.  Aproveitemos assim esse momento, para renovar nossas atitudes!!

 

REFERÊNCIAS

FRANCO, Divaldo. Páscoa na Visão Espírita. 2015 https://www.youtube.com/watch?v=q47YITJzEvA&feature=youtu.be Acesso: 08.04.2020.

LIMA, Camilla Bráz de Araújo. A páscoa na visão espírita. Órgão de divulgação do Instituto Espírita Obreiros do Bem – Edição 24 – Fevereiro de 2014. Disponível em: http://www.obreirosdobem.org.br/wp-content/uploads/2014/08/InfoIEOB_edicao_24.pdf Acesso: 10.04.2020.

ROSSIT, Fernando. A Páscoa, segundo a Doutrina Espírita. 2018. Disposnível em: https://www.kardecriopreto.com.br/pascoa-segundo-doutrina-espirita/ Acesso: 09.04.2020.

VASCONCELOS, Vania Mugnato de. A páscoa no Espiritismo. 2016. Disponível em: https://www.kardecriopreto.com.br/pascoa-no-espiritismo/ Acesso: 10.04.2020.

 

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