O presente artigo é baseado no Livro I Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita, Cristianismo e Espiritismo, mais precisamente no Roteiro 7, Fenômenos Psíquicos no Evangelho 1.
Primeiramente cumpre informar que os chamados Fenômenos Psíquicos, ocorridos na época de Jesus e que tanto o Evangelho quanto os historiadores atribuem a Ele, eram considerados como “milagres” realizados.
A acepção milagre para a língua portuguesa tem vários significados, assim como para as religiões professadas. No Espiritismo, podemos citar o entendimento de Léon Denis 2, para ele:
“O milagre é uma postergação das leis eternas fixadas por Deus. Obras que são da sua vontade, e seria pouco digno da suprema Potência exorbitar da sua própria natureza e variar em seus decretos”.
Para a Doutrina Espírita, os milagres ou fenômenos psíquicos, são explicados de maneira simples, ou seja: “o que cada ciência fez no seu advento: revelar novas leis e explicar, conseguintemente, os fenômenos compreendidos na alçada dessas leis”.3
O Codificador 4 nos ensina em um dos livros do Pentateuco denominado A Gênese que os fenômenos “se prendem à existência dos Espíritos e à intervenção deles no mundo material e isso é, dizem, em que consiste o sobrenatural”.
No roteiro, base para este texto, o ensinamento é de que os acontecimentos narrados no Evangelho, não seriam milagres, isso no sentido teológico, mas estariam baseados nas faculdades excepcionalíssimas do Espirito de Jesus.
Pela grandeza do Mestre Jesus, não se acredita, portanto que esses fenômenos têm relação com qualquer médium e sim, que este seria o “Médium de Deus”.
Isto pode ser entendido de maneira mais precisa em uma das codificações de Allan Kardec, em que este explica que a superioridade de Jesus não advinha da matéria, mas de seu Espírito elevadíssimo.
Várias passagens evangélicas citam esses fenômenos psíquicos ou os chamados “milagres”, tais como: a multiplicação dos pães, as curas atribuídas a Jesus, a grande pesca, Jesus acalma a tempestade, Jesus anda sobre as águas, aparições, ressureições, a transfiguração, entre outros. Aqui, cabe destacar um trecho da Gênese em que preceitua que o maior milagre que Jesus Cristo operou:
“foi à revolução que seus ensinos produziram no mundo, malgrado à exiguidade dos seus meios de ação”.5
Portanto, seja qual nome dado, o de fenômenos psíquicos ou milagres, o fato inegável é que Jesus “dividiu” a História, mas “juntou” a humanidade com palavras e realizações de amor, fraternidade e caridade.
Sandra Ros Escandon
REFERÊNCIAS
- Estudo aprofundado da doutrina espírita: cristianismo e espiritismo. Orientações espíritas e sugestões didático-pedagógicas direcionadas ao estudo do aspecto religioso do espiritismo / organizado por Marta Antunes de Oliveira de Moura. – 1. Ed. – 6. Imp. – Brasília: FEB, 2017.
- DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo: provas experimentais da sobrevivência. Capítulo 5.
- KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 13, item 4, p. 299.
- ______. Item 4, p. 299.
- _____. Item 63, p. 399-400.