A Terra e a pluralidade dos Mundos habitados

 

Carlos de Hollanda

 

1. Esquema Universal

Sabemos do interminável tamanho do espaço cósmico e dos mistérios que nos assombram nas noites estelares. Parece que nossa mente faz perguntas no silêncio do arrebatamento.  E as luzes, que partiram de a muito, nos penetram a alma revelando uma certeza.

São muitas galáxias, inconcebível número delas, algo em torno de dois trilhões observáveis. Nelas, temos as anãs com até dez milhões de estrelas e, nas gigantes, cem trilhões de estrelas.

O Sol, em torno do qual giramos, dista vinte e seis mil anos-luz do centro da Via Láctea. Ele é apenas uma das estrelas com seu sistema nessa estrada leitosa. Estima-se que, nesta galáxia, flutuem cem a quatrocentos bilhões de estrelas sendo o Sol uma delas.

E, nós, terráqueos, ousaríamos sequer afirmar que somos os únicos viventes no único planeta habitável?

Porque respiramos oxigênio seríamos os únicos habitantes em todo o Universo? Por acaso os peixes não sorvem da água a parte que faz com que vivam? E como afirmar que outras vidas não existam de formas outras?

Porque temos uma forma física determinada, vivemos certo número de voltas completas que nossa nave planetária percorre em torno do Sol seríamos as únicas criaturas neste infinito interminável?

Impossível! Inconcebível! O que nos afirmou Jesus? Na Casa de meu Pai, há muitas moradas.  Desde que são moradas, serão habitadas.

Esse infinito todo, a nos absorver em êxtases, plasma em nossa mente a certeza de que não estamos sós. Outros sóis, com seu séquito de planetas, iluminam criaturas pensantes, aquém de nosso estágio, ou muito além de nosso nível de existência. Assim nos atestam os Mensageiros da Doutrina,

Moradores invisíveis para nosso minúsculo alcance aguardam pacientes nosso progresso, nosso adiantar em fraternidade, no Amor sem condições.

Um dia, numa época reclusa nas dobras do Tempo, a Verdade que ora nos fascina, certamente virá.  

Virá do Espaço, sob a complacência daquele que governa nosso planeta e outros ainda, nessa fileira infindável de moradas do Pai.   

 

2. A Terra em regeneração

 

 

Dentro da escala progressiva na condição dos planetas habitados, nossa nave mãe, esse planeta água, pelo qual deveríamos ter mais respeito e cuidado, encontra-se no estágio de planeta de expiações e provas.

Aqui, infelizmente, o mal sobrepõe-se ao bem. Somos Espíritos imperfeitos em luta com nossas tendências agressivas, por vezes perversos, orgulhosos. 

Se aqui estamos, deve-se à escola que devemos frequentar para o duro aprendizado da fraternidade com o outro, da preservação do planeta que nos acolhe.

Esta morada nos oferece uma Natureza de maravilhas. As belezas naturais, assim chamadas, estão aqui para nos sensibilizarem. Ao mudarmos, elevando- nos a níveis mais cristãos, favorecemos a passagem para uma Terra regenerada.

Até os animais, ditos irracionais, espelham um cuidado com suas crias e comportamentos em claro exemplo de harmonia com o ecossistema.

Florestas, árvores, flores e frutos, rios, cachoeiras, mares e montanhas. Tudo nos pede melhoramento, cuidado, respeito, humildade.

Ou seja, o planeta nos convida ao salto confiante para o estágio de regeneração.  A Terra nessa fase nos será de uma Natureza menos rude e vida mais amigável.

E regeneração é renovação, restabelecimento, revivificação.

 

3. O papel dos seres humanos em relação ao Planeta.

O planeta é destinado para o trabalho de elevá-lo de nível, dentro da classificação estabelecida pela Codificação, ou seja, é a morada que nos serve de local para agirmos de modo respeitoso em relação a ela e a todos os irmãos, racionais, irracionais, vegetais, minerais. 

A ganância, o uso indevido do que a Terra nos empresta, o ímpeto destrutivo, a desigualdade entre os povos, quando muito teríamos a nos enriquecer na troca de aprendizado com as inúmeras culturas, adiam a saída da humanidade para o estágio de regeneração.

Penso nas guerras que provocamos, antigas e atuais, suas atrocidades, destruições de cidades. Penso na ânsia de fabricação de armas letais que, usadas, destruiriam a vida no planeta!

Penso no desrespeito com as religiões, seus templos, monumentos, costumes.

Penso na escravidão de povos, na invasão de terras, no arrasamento da Natureza, na crueldade com animais.

E me ponho a pensar quanto poderíamos ter avançado seguindo nos rastros do Governador da Terra!

Mas um paciente Pai nos espera, abrindo o espaço em infinito Amor.