Conto Espírita: Aparessências

Conto Espírita: Aparessências

Carlos F. de Hollanda

“ – As almas e as coisas, cada qual na posição em que se situam, algo conservam do tempo e do espaço, que são eternos na memória da vida.” (Assistente Áulus, em NOS DOMÍNIOS DA MEDIUNIDADE)

 

Apareceu um dia assim. Chovia. 
O vento rosnava, rondava. Ora baixinho, como soprando por baixo da porta. Ora bem forte, socando urgências. 
A luz ficou mortiça na casa toda. Na sala, as lâmpadas do candelabro, formato de velas, tal elas se comportavam,
bruxuleantes. 
Lembro-me bem…
Deixei ao lado o livro aberto. Fechei o olhar. Abri os braços. E veio um toque leve em minha mão esquerda. Arrepio…
Um leve adormecer e desperto ligeiro. Oscilo entre o livro e a noite.  

O poder da leitura na vida profissional e pessoal - Grupo GNHR

Aquela penumbra, como que um crepúsculo, o vento que agora, ao se aquietar um pouco, despertou-me do cochilante instante.
À chuva, a noite espanta as rondas lá fora. Faz frio. As sombras passeiam pela sala movidas pelas leves chamas das velas acesas no antigo castiçal.
Ela surgiu pisando em silêncio. Do corredor. Desliza a moça em direção à janela. Pura essência. Antiga memória. Forma.
Pensamento.
Preso a mim mesmo, concentro-me nela. Aquela que foi. A mesma que volta. Sempre.
Diante de mim agora, do remoto tempo vive. Esforço o que posso. E peço que fale. Que conte memórias. Que conte de lá.
Moram comigo. Minha irmã, a prima, seu irmão, quatro avós, meus tios e meus pais.
Diz-me lá a vizinha do lado que nunca os viu. Pois que sempre estão do outro lado, declaro. Suspeito…
Vou lá me buscar menino. E corremos pelo quintal, crianças.
Quatro somos. Ontem. Hoje ainda. A casa, nossa casa.
Pontilhada de objetos de todos nós.
Dizem que aqueles onze partiram. É a versão que corre como o vento pelas falas e escutas dos que me são vizinhança. Poucos.
Aqui, agora, são eles que provocam o estudo da Religião dos Espíritos. Assim a denominam. Atraíram vizinhos para cá. Orientam pesquisas, instigam leituras. Fascinam a todos suas narrativas do Plano Espiritual.

Por que o Católico não pode ser Espírita? – Comunidade Católica Transfiguração

Falam da Justiça Divina. Falam do Deus de Bondade Infinita.
Abrem as portas para um mundo melhor, mais justo, fraterno.
Soubemos que Jesus cumpriu a promessa de um Consolador e que este é a Doutrina Espírita, a esplêndida Terceira Revelação.
Uma vez por semana, aqui estamos, reunidos, enlaçados por uma motivação de pura alegria. E, de repente, vamos sentindo as
influências, as agradáveis sugestões que eles trazem. Lemos uma mensagem, fazemos uma prece, uns escrevem, aquela vizinha de que já falei como que adormece e fala com outra voz. Fala de perdão às ofensas, recomenda a caridade com os menos visitados pela tranquilidade.

Grupo Espírita Caminho de Damasco: APARIÇÕES DE ESPÍRITOS! COMO ACONTECEM?
Vejo sempre aquela moça, aquela que sempre volta. Sorri e permanece como quem concorda com tudo.
Ficamos assim nesse estado de Eternidade, de que nada termina, de que as vidas prosseguem, ora aqui, ora em outro plano. Nossa essência não se dilui. Vive aqui, vive lá…

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