O mecanismo da Prece
Carlos F. de Hollanda
A Importância da Prece
Como sabemos, a Doutrina Espírita é a fé e razão raciocinadas. E considerando o envolvimento de Espíritos e encarnados no Fluido Cósmico Universal e que este veicula o pensamento fazendo-o reverberar entre os envolvidos, a prece contrita e bem-intencionada está neste ambiente passível de atingir o objetivo que nos moveu a fazê-la.
A Prece, sendo uma atitude de adoração a Deus e de concordância com a vontade divina faz com que nos coloquemos em condição de humildade, arrependimento e assim sejamos gratos pelo que venha a suceder.
Seguindo as orientações do Mestre Nazareno, deve-se orar sem ostentação, sem palavras e construções linguísticas pretenciosas.
Por vezes, um pensamento envolvido em contrição, dirigido aos intermediários espirituais substitui palavras.
Por outro lado, e porque somos sempre ajudados pelo Plano Espiritual, quando nos aconteça o afastamento de um perigo, uma oportunidade de ajuda ao próximo ou uma conquista própria, agradeçamos sempre.
A afirmação dos Espíritos ao item “a” da pergunta 660 no L.E. de que a prece deve ser um estudo de nós mesmos, aponta para um tipo de meditação em que nos colocamos em contato direto com Deus ou por meio de seus intermediários para um aprofundamento em nós mesmos, reconhecendo erros, limitações, solicitando conselhos, reconhecendo ajudas até inesperadas.
Enfim, a aplicação da sistemática espírita na prática da prece nos leva a um aprofundamento em que nos despimos do orgulho, das revoltas e reconhecemos os caminhos que o Pai dispõe para nós; pedimos conselhos porém reconhecendo que nos cabe a mudança para sermos melhores, elevando gradativamente os pés nos degraus para perto de Deus.
A Prece como caridade
A solidariedade humana diante do sofrimento alheio faz com que o instinto de ajuda nos mova a voltar o pensamento para Deus na intenção de pedir pelo outro. A prece é fundamental nesses momentos.
Assim, muitas vezes esquecemos de nossas agruras, das próprias apreensões a nos debruçarmos sobre o sofrimento alheio, seja alguém encarnado, sejam os errantes necessitados de preces.
O Filho Maior da Luz já nos advertia por meio de palavras e exemplos o extremo bem que é fazer preces pelo próximo. Também nos deixou a promessa de que poderíamos fazer o bem tal ele o fazia.
Pelo interesse e vontade de sermos prestantes para os que sofrem, sejam pedintes de preces, sejam sofredores na erraticidade, ao nos voltarmos para Deus em favor deles, estamos movendo pelo coração a vontade de ajudá-los, minorando seus sofreres. Por essa aspiração atraímos os Benfeitores em Espírito que se aliam ao pedido de socorro feito em prece.
Atingidos por nossa compaixão, os desencarnados em sofrimento ou confusos sentirão nosso interesse em ajudá-los e algum alívio acolherão.
Pois a oração pelo próximo move nossa piedade, nosso interesse em pedir pelos precisados e, muitas vezes, um pensamento de lembrança faz com que emitamos energias salutares para o ser recordado.