VELAS POR MIM, POR CARIDADE…
Carllos F. de Hollanda
Descia uma rua ao deixar para trás um parque repleto de amigas árvores, plantas floríficas e um lago refletor de um céu azulado. Ao chegar na parte inferior, alguém furtivamente se aproxima e me pede que acenda uma vela em sua intenção…
Olho-a profundamente assustado e ela se afasta afundando pela outra ladeira que dava continuação à anterior.
Desperto em pleno susto, sento-me na cama e me envolvo em pensamentos.
Outra noite se insinua, afastando do dia uma tarde de estudos.
Não me acordo se me ponho em sonho. Encontro-me em uma gigantesca igreja. Sinto uma presença como se empurrada por um vento frio. Embora, de fato, lá fora se aproxima um temporal que se antecipa pela ventania.
Contudo é em um banco, contritamente ajoelhada e soluçante, que aquela pessoa da noite anterior resta abandonada.
Ao me pressentir, refaz o mesmo pedido, agora mais incisivamente…
E, desde que estou neste templo, busco uma vela, levo-a ao local que o ser me indica e acendo-a. Lembro-me de conceder-lhe uma prece para seu repouso ou consolação.
Se na próxima noite me veio em sonho? Sim…
Agradecida, enfim, como que se dissolveu em uma nuvem creio que azulada.