Psicografia – Confiança

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CONFIANÇA

    O que é realmente confiança?

   É entregar-se a uma ideia? A um sonho? A uma situação? Ou ainda a uma pessoa?

   Analisemos o exemplo de uma criança pequena que mesmo diante de sua pouca vivência agora como espírito encarnado novamente, confia e se entrega plenamente a seus pais.

   Ela não analisa se essa confiança cientificamente é correta, nem tão pouco se o grau de confiança será de acordo com os estudos dos pais, a posição social, ou ainda se eles já possuem maturidade suficiente. Ela apenas se entrega e confia. E essa confiança tem como base unicamente o amor genuíno que irradia de seus pais. Esse amor que a faz sentir-se amada e segura.

   Dizemos que acreditamos em Deus, em sua infinita bondade, sabedoria e perfeição, correto?

   Mas será que no mais íntimo de nosso ser nós confiamos nesse mesmo Deus que dizemos acreditar?

   Por que teimamos tanto em aceitar os caminhos que Ele nos oferece?

   Por que não nos entregamos a sua bondade, a sua misericórdia e aos seus cuidados?

   Pelas imperfeições que ainda trazemos afinal somos espíritos em processo de aprendizagem e evolução, ainda costumamos falar mais com os lábios do que com o coração.

   Expressamos ideias, sentimentos e opiniões, mas poucas vezes vivenciamos essas ideias, esses sentimentos e essas opiniões em nosso coração.

   Da mesma forma que oramos com os lábios e às vezes até com a mente, mas sem o coração.

   Usamos mais a palavra “acreditar” do que a palavra “saber” não é mesmo?

   Vamos então fazer uma ligeira reflexão sobre o acreditar e o saber.

   O acreditar para mim transmite a ideia de algo distante, ou seja, que processamos e armazenamos apenas no cérebro. É como se absorvesse as palavras de outros, a sabedoria de outros, mas que ainda não tive a oportunidade de vivenciá-las em meu coração.

   O saber, para mim, traz a sugestão de que se aprendeu algo, que esse novo conhecimento não somente foi guardado no cérebro, como foi incorporado em meu dia a dia, pois eu o entendi também com o coração.

   O saber envolve análises, questionamentos e a certeza sempre do coração, já o acreditar envolve conhecimento ainda a ser analisado, questionado pelo coração e por tanto, incerteza.

   Concordam comigo?

   Voltando a confiança, quando confiarmos verdadeiramente iremos precisar usar o saber e não o acreditar.

   Confiar no Pai exige ‘saber’ do coração.

   Vamos trabalhar com um exemplo do cotidiano para ficar mais fácil o entendimento da diferença entre saber, acreditar e confiança.

   Uma pessoa com fé sabe da perfeição do Pai e assim se coloca em prece (diálogo íntimo) com Ele todos os dias, agradecendo, pedindo e reconhecendo a existência de Deus na vida dela.

   Podemos supor então que esta pessoa “confia” em Deus, correto?

   Vamos verificar essa confiança em fatos corriqueiros do dia a dia.

   Essa pessoa está empregada em uma grande empresa. Mas o mercado econômico está vivendo uma crise e assim a empresa como a maioria delas, elabora um plano para redução de custos. Lançam-se campanhas de economia em todos os níveis procurando eliminar os desperdícios.

   Infelizmente a crise continua e a empresa é obrigada a usar uma nova estratégia, a demissão voluntária. Assim espera que com isso consiga adeptos necessários para voltar a se equilibrar e continuar no mercado e lógico obtendo seus lucros. Mas novamente a estratégia não surte o efeito desejado e após alguns meses vem a lista de demissão involuntária, sendo que em meio aos nomes consta o nome da pessoa em questão.

   Vamos agora rever etapa a etapa dos acontecimentos, mas sob a percepção dessa pessoa que tomamos como exemplo.

   Ao tomar conhecimento das medidas de redução de desperdício, acaba por adotá-las embora pense que tudo não passa de “papo furado”. Quando é anunciada a demissão voluntária, fica chocada, mas ainda assim dentro de sua zona de conforto permanece calada, pois outros se candidatarão, ela não possui condições para tal ato. Permanece em sua rotina normalmente e em breves momentos pensa na possibilidade de uma demissão involuntária e mentalmente já começa a definir nomes. Quando efetivamente percebe que a demissão involuntária aconteceu e que o seu nome se encontra na lista, fica surpresa e ao mesmo tempo revoltada. O medo a leva a revolta, a procura de um culpado. E encontra esse culpado na figura de Deus que não deveria jamais ter deixado que isso acontecesse com ela. Afinal ela acreditava e confiava Nele. O Pai era um traidor e assim dirige diversas palavras mal educadas a Ele.

   Vamos fazer uma breve interrupção e analisarmos as atitudes dessa pessoa.

   Primeiramente o que essa pessoa fez quando percebeu que a situação estava complicada?

   Bem quando lançaram a redução do desperdício ela simplesmente acatou, mas não incorporou a ideia e a gravidade da situação. Quando da convocação para demissão voluntária, ainda assim continuou alheia a toda a situação, aquilo não condizia com a realidade dela. Finalmente quando se viu na lista de demitidos, foi que assimilou da verdadeira realidade. Até então viveu alheia aos acontecimentos talvez por se achar muito melhor que os outros e assim inatingível. Ou ainda, continuou confiando que pelas suas orações e crença o seu Deus não permitiria que nada acontecesse com ela. Permaneceu acomodada. Esperando somente que tudo se resolvesse.

   Pergunto meus amigos, isso é “confiança” ou acomodação?

   No evangelho na parábola sobre o jugo leve, Jesus, assim como Deus, não promete retirar os obstáculos de nossa caminhada, mas sim em nos amparar, em nos fornecer forças, coragem e inspiração se assim o merecermos para ultrapassarmos os obstáculos mais facilmente, por isso diz que o fardo será mais leve com Ele. Notem que em nenhum momento Ele diz que o fardo será retirado.

   Como Espíritos imperfeitos e em aprendizado, as leis da causa e efeito são aplicadas as nossas ações não como castigos do Pai, mas como Leis naturais perfeitas que dá a cada um segundo suas ações.

   Agora já com uma análise mais ampla de todos os aspectos envolvidos nesse exemplo cotidiano e com base no que se entende por “confiança”, podemos dizer que a pessoa tinha confiança em Deus?

   A minha resposta é não. Quando confiamos não procuramos culpados, não proferimos palavras mal educadas, não deixamos a raiva e o medo dominarem nosso coração.

   Ficamos chateados, tristes, mas assumimos os fatos e em posição de humildade nos colocamos em diálogo com o Pai pedindo auxílio, não para remover todos os obstáculos, mas nos ensinar, nos amparar, nos inspirar e dar forças e coragem para continuarmos a nossa jornada de aprendizado e depuração.

   Portanto meus Amigos, vamos exercitar a vivência dessa CONFIANÇA no Pai.

   Nos acontecimentos desta semana, vamos fortalecer nossa confiança Nele e assim veremos que tudo vai ficando mais claro.

   Com o passar do tempo as dificuldades vão se encaminhando para novas oportunidades e desafios que se soubermos aproveitar nos trarão inúmeros benefícios.

   Confiemos eternamente no Pai.

   Muita coragem e harmonia.

  Médium: Lúcia. Espírito: Irmão Matheus. 04.11.1963

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